Havia 8 países.
Na verdade, oito mundos que se constituíram em suas particularidades e que se viam convidados a compartilhar espaços comuns.

Etiópia trouxe a ordem, eram ex-combatentes de guerra , já os avós se deram conta que a ordem era importante, mas que até mesmos eles, por vezes, estavam passíveis de cometerem erros e comentavam sobre suas ausências nas datas importantes na família e sobre como a constelação acaba por se inspirar e repetir padrões.

Jade, terra de alquimistas, me comentava sobre a alegria e a poesia de viver e achar beleza e leveza. Às vezes, o sentia meio fora do ar, mas a alegria como se faz morada em nosso mundo, me conectava a essas mulheres selvagens. Aprendi que seria possível limpar a casa calmamente, para mim isso era impossível.

República Checa estava a filmar o mundo e, por vezes, deixava louças de molho esquecidas por dias, isso gerava um certo incômodo em todos. Também nos presentearam com a leveza da juventude nos seus horários trocados e a insistência em aprender pela repetição.

Haiti passou rapidamente, trocava o dia pela noite em jornadas de trabalho. Também me comentou ter filhos e ter paciência com os gritos.

Cheyceles veio pedalando e somente dois dias ficou. Não sabia espanhol, porém deixava tudo organizado e ofertava sorrisos mesmo depois da euforia canina.
O que dizer dos cachorros? Esses são capazes de serem amados e odiados ao mesmo tempo, são repreendidos e recebem carinhos. Receio que eles estejam confusos sobre sua ação no espaço.

Brunei fica sozinha comendo aveia, diz-se que trabalha in Linea, ou seja , on LINE, dia desses percebi que estava com pesadelos, ele me parece assutado.

Peru está todo animado com a possibilidade de ter filhos e casar, a vida dá seus motivos para alegrar-se, ao mesmo tempo, vejo seu esforço para manter alegria mesmo sendo doutor e estando desempregado.
Às vezes, percebo solidão em todos que comem só, agradeço a bagunça da minhas crianças com sua alegria.

Pindorama segue aprendendo a organizar o espaço para não dar o que falar, os fatos contam por si.
Recebemos visita de outros países que compartem suas histórias e nos sentimos em casa.
Passamos pelas enfermidades das grandes cidades e saímos mais fortes para viver o propósito de cuidar da louça assim que a alimentação acabar.
Um mesmo espaço de conexão, inúmeras maneiras de sentir e ver o mundo, alimentos diários que demonstram suas origens e contam o conto de um lugar.
Todo dia.
Semana dois de “a volta ao mundo”!
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