Ser uma mulher de palavra e me perceber alcançado meu voo tem me trazido quietude e paz.
Disse a Maria que gostaria de passar na casa dela para fazer uma visita e reconhecer o seu quintal.
Aprendi que os idosos gostam de carinho, quanta simplicidade e profundidade numa afirmação.
Maria Elvira estava a colher sua erva doce e a separar os caroços de abacate para fazer a farinha.
Na mesa, rosa branca, semente de abóbora sob o céu ensolarado.
A chegada do outono afinando a alma.
Ouvi que elas já fizeram muitos projetos bons: nas escolas, com a paróquia e em muitas ações.
Me abri para elas.
Me senti eu, podendo sentar à mesa da cozinha e dizer dos meus passos para as experientes mulheres. Apenas sendo eu.
As crianças desbravando o quintal sob os olhares atentos das sábias mulheres. É tão bom receber a calma no olhar. Olhares vivos, cheios de histórias e esperança.
Um quintal agroecológico multiverso a nível íngreme com muita planta pra contar.
Eu ali, entusiasmada com a visita, vendo quanto amor em cada curva. E nós três buscando na memória os nomes esquecidos das plantas.
Santo remédio estar em trio.
Aprendi sobre o preparo da Chaya, levei guaco para o xarope e duas irmãs em meu coração.
Sou grata a cada imagem que guardo em minha memória.
Que Deus lhes dê saúde para mais ensinar, trocar e celebrar.
Frutos da terra, sementes plantadas, amor genuíno as plantas.
Observo a construção desse universo em mim.
Me parabenizo por já conhecer mais do que antes.
Por perceber que a vista é de esperança.
Que possamos nos encontrar mais, na leveza, na saúde e na cura.
Por todas nossas relações que se alinham e expandem!
Que assim seja!
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