O ato de agradecer, que muito nos é ensinado automaticamente, vem se mostrando a mim pela simples necessidade de expor o que sinto.
Sou grata à oportunidade de viver, uma vez mais, e reconhecer que aqui estou para aprender, partilhar e desfrutar.
Muitas vezes, a vida se apresenta a mim em etapas desafiantes, como o bebê que aprende a engatinhar e sabe que, em breve, irá dar os primeiros passos...
Todos os dias vivemos essa metáfora de dar os primeiros passos… Observando o que nos cerca, é nova a chuva que cai, assim como o homem que renasce após uma noite de sono!
Quando paro para observar o dia e como eu estou com ele, percebo que muita ação acontece. Os sons da natureza, as plantas: o todo!
Nesse período em que estou mais reclusa em casa, em virtude da maternidade, pandemia e necessidade de conexão comigo mesma, tendo tido a oportunidade de voltar a ser poesia.
O lá em mi, si fez sem dó!
Nesse sentido, utilizo a escrita para estabelecer uma conexão com o meu ser essencial. Aquele que busca ser sentido e compartido!
Sim, é possível que o seu ser essencial também precise fluir de dentro pra fora!
Ao compor (parir esse poema) recebi minha lua nova, meu ciclo menstrual, o que gerou a oportunidade de me despir de dores e autocobrança.
Trago aqui a forma possível para mim de compartir. Que ela desperte em você o olhar da criança que observa!
Me despedi do verão, estava precisando já não me encontrava em mim.
O externo já não bastava e algo me chamava a amadurecer…
No mar, algo em mim estava triste, um luto, uma despedida e um pedido:
- Coração do mundo, leva o que já não cabe em mim!
Muito grata pela vida, pela família, pela saúde, por tuas ondas!
Chegando em casa,
a chuva forte, o vento potente e o frio.
A chegada da nova estação.
A natureza dizendo:
- Eu estou mudando, me transformando.
Em mim, mudando, nutrindo
encarando o que preciso internamente,
deixando que o tempo natureza pinte o chão de transmutação.
Nessa época, os dias são iguais às noites,
o céu é uma dádiva,
as estrelas, a lua…
Todo o cosmos atuando na transformação!
Reconectando com minha curandeira, a começar por mim.
Autocuidado é todo o dia!
Chegada do outono.
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