Um galhinho de guiné
um galhinho de arruda
um galhinho de alecrim
um galhinho de guiné
um galhinho de arruda
um galhinho de alecrim a bença vovó a bença vovô limpa meu corpo, tira tudo que é ruim
a bença vovó a bença vovô:
tira do meu corpo tudo que é ruim.
(Esse é um ponto da Maria Cristina e sua vovó Maria.)
Aqui, eu falo dos meus pretos velhos e velhas tão queridos, neste mês de maio, mês celebramos com devoção, toda essa sabedoria da ancestralidade africana indígena.
Eu ofereço o meu serviço no intuito de colaborar na construção desse saber tão precioso, tão sagrado, tão visceral!
Descobrir a presença constante, protetiva, da ancestralidade na minha vida foi um divisor de águas na minha presente existência…
Perceber o acompanhamento e o trabalho da família espiritual expandiu meu conceito de família, irmandade, de compreensão de vida.
Com seu amor incondicional, vejo que esses vovôs e vovós que nos ladearam por tantas e tantas encarnações, são pura doação e sentimento de bondadade devota.
Através de um olhar tão doce, me senti profundamente amada, ao ponto de querer também mudar o meu.
As lacunas deixadas por pai e mãe foram, aos poucos, sendo preenchidas por esse amor!
Agora, posso ofertar um olhar mais doce e compreensivo para entender minha família e antigos sofrimentos e descobrir, pelo que aprendo com eles, que em cada tudo, há um propósito que o justifica, basta que façamos a pergunta:
Por que estou passando por isso?
Eles sobreviveram ao cativeiro!
Perdoaram os opressores e têm uma mensagem para nós, seus filhos!
Fazem caridade, benzem, tiram mazelas, acolhem, curadores da alma mió não há!
Passei a fazer deles meus conselheiros, a prosear com eles todos os dias,
principalmente naquelas horas mais solitárias.
Fio, si um cê pricizá
é só pidir pra nóis,
que nóis veim tijudá
pensa na casinha branca zifio
lá nu seu ganzuá...
Benção vô e vó e muito axé,
Sua filha Ana Maria, de muitas e muitas jornadas!
Comments