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Balcão de areia

  • Foto do escritor: Ana Maria
    Ana Maria
  • 21 de mar.
  • 2 min de leitura

Dizem que saímos mais fortalecidos depois de um enfermidade, presumo que estamos no “entre” e tudo se torna cinza até que uma voz inocente diz:


- Quero voltar pro Brasil. 


Pausa para acolher a emoção e o silêncio que reverbera em nós e me coloco a perguntar o porquê dessa afirmativa e me vem as genuínas resposta que a infância traz sobre os quereres. 


Não deveríamos perder isso e nos sujeitar a aceitar simplesmente as coisas sem nos ouvirmos verdadeiramente. 


Digo a ele que voltaremos, porém não agora e que buscaremos uma forma de fazer dessa experiência uma das melhores de nossas vidas. 


Ao indagar a outra criança onde era melhor e o porquê, ele me diz:

- Era tão bom comer carne de boi todos os dias.

Lembrei-me que uma qualidade da educação pública no Brasil, seguramente, são as refeições e, no interior, o transporte. 


Assim, vamos nos conhecendo mais. 

E quando percebo que estou criando seres sensíveis ao seu sentir, me alegro e afirmo que oferecemos a eles, até aqui, a melhor vida que poderíamos oferecer: uma vida livre, rodeada de natureza, espaço fora, contato com água limpa, recheada de pessoas amadas e amáveis, festivas, com boas comidas e ritmo e sim isso era bom.

 

Trazer essa porção também colorida e desafiadora da vida me parece interessante porém tenho dúvidas se persisto em oferecer esse contato com a escola ou simplesmente volto a ser o ambiente seguro. 

Fato é que encontramos um espaço para a cabaninha (eles se alegraram por 10 minutos ) e que convidei algumas novas amigas para passar uma tarde conosco. 

Esse espaço entre nós aperta feito saudade. 


Seguimos 40 dias de altitude 2.000. 



 
 
 

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